Indicação literária
"Vidas Secas" é a obra mais emblemática do escritor brasileiro moderno Graciliano Ramos (1852-1953). O livro foi publicado em 1938 e trata-se de um romance documental inspirado nas experiências do autor.
O local de desenvolvimento da estória é o sertão brasileiro nordestino, onde Graciliano Ramos retrata a vida de uma família de retirantes, traçando a figura do sertanejo. Ao mesmo tempo, ele explora os temas da miséria e da seca do Nordeste.
Em resumo, a obra descreve os momentos de uma família de retirantes que atravessam o sertão nordestino. Todos estão fugindo da miséria e da seca e em busca de uma vida melhor.
Estrutura da Obra
Vidas Secas está escrito em terceira pessoa e apresenta um narrador onisciente.
A obra possui um tempo psicológico em detrimento do cronológico, e está dividido em 13 capítulos.
Personagens Principais
- Fabiano: nordestino pobre e alcoólatra, Fabiano representa o chefe da família e designa um homem ignorante e grosseiro.
- Sinhá Vitória: nordestina sofrida e lutadora, mulher de Fabiano e a mãe dos 2 filhos.
- Filhos: representam os filhos de Fabiano e Vitória, o "menino mais novo" e o "menino mais velho". Tal qual seus pais, são pobres e sofridos.
- Baleia: é a cadela da família, muito querida por todos, sobretudo pelos meninos. Ela é tratada como um membro da família.
- Patrão: representa o patrão de Fabiano, explorador e dono da fazenda em que ele trabalha.
Resumo Completo
Vidas Secas é um profundo retrato da sociedade brasileira, sobretudo de seus problemas sociais.
Dessa forma, Graciliano traça uma crítica social retratando as dificuldades encontradas por uma família pobre de retirantes. Eles tem de conviver constantemente com a miséria e a seca que assola o sertão nordestino.
Fabiano e Sinhá Vitória é um casal simples que possuem dois filhos: o mais novo e o mais velho. Dos filhos, nenhum nome é mencionado durante toda a estória. Mesmo convivendo constantemente com a miséria, ele são crianças que possuem sonhos. O mais velho é muito curioso, e o mais novo anseia por fazer algo importante, para que todos fiquem orgulhoso dele.
A Baleia é a cadela que curiosamente tem um nome, e faz referência a um animal aquático, ou seja, uma baleia, em contraste com a seca. Ela é muito adorada pelos meninos e no decorrer da história adoece e por fim, morre. Interessante notar que a baleia é considerada um ser humano.
Vale lembrar que a obra muitas vezes não possui diálogos. Fabiano, deveras ignorante, tem dificuldade de se expressar e prefere ficar quieto. Sua mulher, Sinhá Vitória, é uma lutadora que busca melhorar a situação, sendo menos ignorante que seu marido, que a admira muito.
Quando a família encontra um lugar para descansar do sol escaldante, se deparam com o dono da terra, que será o patrão de Fabiano.
Ele permanece no local com sua família, trabalhado como vaqueiro na fazenda. Fabiano é preso injustamente pelo soldado amarelo, momento em que reflete sobre sua vida e sua condição.O romance é repleto de pequenas felicidades dentro da família de retirantes. No entanto, os problemas sociais e animalização das personagens permeiam toda obra.
Além disso, o sonho do sofrimento acabar, permanece em todos, na esperança de encontrar melhores oportunidades.
Note que o último capítulo “Fuga” aponta que a seca vem novamente assolar a região, com o verão que se aproxima. Assim, se inicia uma nova fuga sendo a mesma do início: a fuga da seca.
•Faça o download do PDF aqui: https://docente.ifrn.edu.br/franciscoarruda/disciplinas/eletro4am/vidas-secas
Autor
Filho de Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos, Graciliano Ramos de Oliveira nasceu no município alagoano de Quebrângulo, dia 27 de outubro de 1892. Família de classe média, Graciliano era o primogênito de 16 filhos.
Viveu em diversas cidades do nordeste brasileiro: Viçosa (AL), Palmeira dos Índios (AL), Maceió (AL) e Buíque (PE).
Teve uma infância difícil assinalada por dificuldades na relação com seus pais, bastante rígidos e frios.
Estudou no Internato em Viçosa e, em 1904, publicou no jornal da escola “O Dilúculo” sua primeira obra: o conto “O Pequeno Pedinte”.
No ano seguinte, passou a viver em Maceió onde se matricula no Colégio Interno Quinze de Março. Ali, ele estabelece uma relação de identificação com a língua e a literatura.
Quando terminou o segundo grau, em 1914, seguiu para o Rio de Janeiro. Na cidade maravilhosa ele trabalhou como revisor dos jornais “Correio da Manhã”, “O Século” e “A Tarde”.
No ano seguinte, casou-se com Maria Augusta Barros que faleceu pouco tempo depois. Com ela, teve quatro filhos.
Também atuou na carreira política, sendo eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, em 1928, cargo que ocupou até 1930.
A partir de 1930 assume a direção da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado em Maceió. Em 1936, casou-se com Heloísa Leite de Medeiros, com quem teve quatro filhos: Ricardo, Roberto, Clara e Luísa.
Outras obras
- Caetés (1933)
- Vidas Secas (1938)
- São Bernardo (1934)
- Angústia (1936)
- A Terra dos Meninos Pelados (1939)
- Brandão Entre o Mar e o Amor (1942)
- Histórias de Alexandre (1944)
- Infância (1945)
- Histórias incompletas (1946)
- Insônia (1947)
Referências: https://www.google.com/amp/s/www.todamateria.com.br/vidas-secas-de-graciliano-ramos/amp/
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